Mulheres e o mercado de trabalho



Durante muitos anos, as mulheres não podiam trabalhar fora de casa. Desde muito novas, elas eram instruídas a serem “belas, recatadas e do lar”, ou seja, protagonistas no lar, administradoras da casa e cuidadora dos filhos. Com isso, a imagem da mulher era de esposa e mãe, e muitas não eram encorajadas a ir contra tradição.

As mulheres puderam ter sua participação no mercado de trabalho quando as indústrias chegaram ao Brasil, em meados de 1940, pois a demanda era muito alta e a mão de obra masculina não estava dando conta, assim, elas foram admitidas. 
Ao mesmo tempo que a industrialização inseriu as mulheres no meio laboral, ele potencializou um problema enfrentado até hoje: a desigualdade, ou seja, as mulheres daquela época trabalhavam o mesmo que os homens, entretanto, recebiam bem menos do que eles. 

Em escala global, podemos dizer que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial também ajudaram a abrir as portas para que as mulheres fossem trabalhar fora, uma vez que os maridos iam para a guerra, elas precisavam assumir algumas funções que, anteriormente, eram exclusivas dos homens. 

Bom, agora que já contamos um pouco sobre como as mulheres entraram no mercado de trabalho, vamos citar as lutas que enfrentam para garantir seu espaço, aliás, gostaríamos de saber, você sabe porque existe o Dia Internacional da Mulher?
Se você não sabe, nós vamos te contar agora.

A busca por melhores condições de trabalho é algo que vem de muitos anos atrás e de diversos países. Em 1909, Nova York teve uma passeata que contou com mais de quinze mil mulheres, que protestavam contra as condições precárias de trabalho. 

Em 1910, Clara Zetkin, mulher alemã, propôs a criação de uma jornada de manifestações, em reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. A proposta significava realizar anualmente um protesto requerendo direitos iguais para as mulheres.

De acordo com o calendário gregoriano, em 8 de março de 1917, as mulheres iniciaram uma campanha dentro para exigir seus direitos e saíram as ruas protestando contra a Primeira Guerra Mundial e todos os malefícios que a guerra trazia para as famílias. Elas foram fortemente repreendidas. Esse movimento foi o pontapé inicial para a Revolução Russa e a data foi oficializada pelos soviéticos como celebração da “mulher heroica e trabalhadora”.

Vale lembrar que no Brasil, é comum relacionar a data ao incêndio ocorrido em Nova York no dia 25 de março de 1911, onde 125 mulheres foram mortas, mas vale lembrar que esse é um dos motivos para a celebração da data.

Apesar dos apesares, podemos afirmar que, ao longo dos anos, as mulheres conquistaram importantes marcos aos longo dos anos no mercado de trabalho. Em 1943, foram feitas edições de normas protetivas ao público feminino com a promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas. As mulheres conseguiram voz referente as necessidades e direitos.

Além disso, foi conquistado:

  • A licença maternidade sem prejuízo do emprego e do salário; 
  • Dois descansos diários de 30 minutos para amamentação até a criança completar 6 meses de vida;
  • Estabilidade de emprego desde o momento da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto;
  • Dispensa no horário de trabalho para a realização de seis consultas médicas e exames complementares;
  • Entre outros.

Mas, mesmo com alguns direitos já garantidos, ainda enfrentam preconceitos desafios, dentre os principais, estão:

Diferenças salariais: mundialmente falando, as mulheres recebem salários menores do que homens, que possuem as mesmas qualificações e exercem as mesmas funções.

Falta de oportunidades: muitas empresas são tradicionais e patriarcais, onde as mulheres não são escolhidas para ocupar cargos de alto escalão, mesmo que tenham qualificações necessárias. Podemos citar muitas coisas, como assédio no local de trabalho, jornada tripla...

Estamos cientes de que ainda existe muita coisa a ser feita, e sabemos que a participação feminina no mercado de trabalho é essencial para o desenvolvimento da sociedade e a expansão da economia mundial. Aliás, em uma conferência do G20, metas foram estabelecidas para que até 2025, a desigualdade de gêneros nas maiores economias do mundo diminua, e a meta brasileira é reduzir em 25%.